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  Produtor ganharia R$ 260 a mais por hectare se o governo fizesse sua parte, diz Aprosoja  
  Publicado em 3 de Fevereiro de 2014  
 
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Produtor ganharia R$ 260 a mais por hectare se o governo fizesse sua parte, diz Aprosoja

 

 

Por Alana Fraga – Revista Globo Rural

O produtor brasileiro de soja deve sair com saldo positivo nesta temporada, mas ganho será apertado devido ao custo de produção mais alto da história (Foto: Sergio Zacchi/Ed. Globo)

A safra 2013/2014 brasileira de soja terá novamente uma colheita recorde, chegando próximo às 90 milhões de toneladas de soja, projeção equivalente ao previsto para a safra norte-americana, de acordo com o divulgado num relatório de 23 de janeiro feito por representantes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) no Brasil. A expectativa é do presidentes a Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, que também afirmou que esta será a temporada com o maior custo de produção da história do país.

Durante o evento de abertura oficial da colheita brasileira, no município de Quarto Centenário (PR), realizado no último sábado com a presença da ministra da Casa Civil Gelisi Hoffman e do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, Silveira afirmou que mesmo as boas produtividades neste início de colheita não deverão garantir a liderança do Brasil no ranking mundial de produção da soja. "Por mais que estejamos colhendo médias muito boas em Mato Grosso, ainda tem muita coisa para acontecer. Mas mesmo assim, a nível nacional, teríamos que fechar com número muito alto [de produtividade]. Não acredito que a gente atinja números superiores a 90 milhões de toneladas. Se atingir ótimo", destacou.

Segundo ele, o maior produtor nacional da oleaginosa, Mato Grosso começa a colher muito bem, mas sofre com a ferrugem na etapa final da safra. "Aqueles 30% que serão colhidos no final de fevereiro perdem muita produtividade. Outro problema é a seca que se assola no sul e Sudeste, que também vai influenciar na produtividade. Também não acredito muito no potencial produtivo das variedades que temos instaladas. O produtor está entrando com novas variedades, existem algumas novas no mercado que têm dado boas produtividades, mas temos poucas variedades, que já estavam muito antigas e que vinham emperrando esses ganhos de produtividade", analisa o produtor.

Custos

O produtor brasileiro de soja deve sair com saldo positivo nesta temporada, mas seu ganho será apertado porque vai ter o custo de produção mais alto da história neste ano. "A conta é simples: o custo em Mato Grosso, que vai colher em média 52 sacas por hectare com preço médio de R$ 50, terá um ganho médio de R$ 2.600 por hectare. Estamos com um custo total médio de R$ 2.300. E esses custos estão cada vez mais aumentando, com uma aplicação a mais que inseticida que você faça, uma aplicação de fungicida, já são mais R$ 200", calcula Silveira.

Logística

Para agravar ainda mais a situação, o presidente da Aprosoja diz que os produtores não têm motivos para estarem otimista com relação à logística neste ano, já que não houve melhorias significativas. De acordo com Silveira, caso o governo federal tivesse investido os R$ 580 milhões que injetou no porto de Cuba, o produtor brasileiro estaria recebendo R$ 260 a mais por hectare nesta safra. "Se a gente não tivesse problemas de porto, tivéssemos uma logística no mínimo adequada, que pudesse exportar na hora certa, hoje a soja estaria pelo menos US$ 2 a mais por saca. Isso representa quase R$ 6 a mais por saca. Isso aí muda a conta", calcula.

"Saímos de uma safra anterior em que colhemos 67 milhões de toneladas para uma outra do ano passado em que colhemos 82 milhões. Ou seja, um incremento de 15 milhões de toneladas. Aí você sai de uma safra de 82 milhões de toneladas para 90 milhões, são oito ou 10 milhões de toneladas a mais. Em dois anos, teremos um incremento de cerca de 30 milhões de toneladas. E o que tivemos de incremento em estrutura de porto?", questiona.

Com isso, o preço da soja já sofre pressões. Na comparação com os preços da commodity no mesmo período do ano passado pela Bolsa de Chicago, o produtor brasileiro está recebendo US$ 1,5 a menos nesta temporada. "Isso é custo porto, custo logística. Toda aquela tragédia que tivemos no ano passado do custo logística, de US$ 50 a mais que deu de custo, agora as tradings jogaram US$ 100 para o produtor. Ela perdeu 50 dólares por tonelada no ano passado por conta disse. Agora ela jogou 100 dólares a mais para o produtor: ela vai recuperar do ano passado e jogar margem para caso ter uma tragédia maior".

 
 
 
 
     
 

 
 
     
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