Por Walter Pereira
Uma fiscalização em obras do recape asfáltico na Avenida Guilherme de Paula Xavier, nesta terça-feira (27), pelo vereador Luiz Alfredo da Cunha Bernardo (PT do B), virou caso de polícia em Campo Mourão.
Após denúncias, Bernardo contratou a empresa CBR (Consultoria Brasileira de Rodovias) do município de Paiçandu para fazer a análise da qualidade do pavimento que está sendo utilizado na obra. Os serviços começaram pela manhã e estavam sendo feitos durante à tarde, mas foi interrompido com a chegada da Polícia Civil.
Descontente com fiscalização, o empresário Osnei Casali, mais conhecido como Tuta Casali, proprietário da Campusmorão, empresa vencedora da licitação para a obra, registou um boletim de ocorrência na delegacia contra Bernardo, alegando que o vereador não tinha autorização para fazer a fiscalização. “Ele não tem conhecimento técnico e só fica enchendo o ‘saco’, Campo Mourão está atrasada por causa disso. Só fica me atrapalhando a fazer o serviço. Ele acha que é o professor de Deus, mas não pode isso”, comentou o empresário, ao alegar que a obra está sendo acompanhada por técnicos do Paraná Cidade e da prefeitura.
Após o registro do boletim de ocorrência, investigadores da Polícia Civil se deslocaram a Avenida Guilherme de Paula Xavier, próximo ao estádio, local onde a empresa estava fazendo o recolhimento do material para análise e conversaram com o vereador e funcionários da CBR, deixando o local em seguida. Posteriormente, Bernardo esteve na delegacia para esclarecer o caso.
Fiscalização
À reportagem da TRIBUNA, o vereador Luiz Alfredo da Cunha Bernardo ressaltou que a empresa foi contratada para verificar a qualidade do serviço que vem sendo feita. Com uma máquina foi perfurado o pavimento para recolhimento das amostras e o buraco tapado em seguida. “Estamos fazendo aquilo que a prefeitura não faz, que são os ensaios do serviço aplicado”, explicou. Bernardo afirmou que na condição de vereador não precisa de autorização para fazer a fiscalização do serviço que está sendo executado, como alegou o empresário Osnei Casali. “Ainda sou vereador, não sou!?”, disse ele.
Irregularidades
Durante a fiscalização, o técnico da CBR, Adevair Lopes de Lima adiantou que foram constatadas algumas irregularidades. Segundo ele, em algumas ruas, na reperfilagem a graduação do agregado não é condizente com a espessão que deveria estar sendo aplicada. “É um agregado muito graúdo e com isso ocorre a segregação do material”, frisou.
Outra irregularidade encontrada pela manhã, segundo o técnico, é que o recape estava sendo aplicado embaixo de chuva, o que contraria normas do Departamento de Estrada e Rodagem (DER) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit). “Mesmo que a chuva pare o pavimento continua úmido e não poderia ser executado”, explicou.