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  Mourãoense voluntário em Brumadinho descreve cena de terror: "situação é avassaladora"  
  Publicado em 28 de Janeiro de 2019  
 
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Mourãoense voluntário em Brumadinho descreve cena de terror:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Walter Pereira

 

O morador de Campo Mourão, professor de Filosofia da rede estadual e Assistente Social, Maikon Martins Marins, 32, chegou às 22h30 desse domingo (27) em Brumadinho (Minas Gerais), onde houve o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da Companhia Vale do Rio Doce. Ele está prestando ajuda voluntária aos atingidos pela catástrofe.

 

Marins conversou nesta segunda-feira (28) com a reportagem da TRIBUNA e descreveu que o cenário parece ‘um filme de terror’. Ele ficará no local até o próximo sábado (2).

 

O professor descreveu que a situação é impactante e muito chocante. “É avassaladora. Ouço histórias de arrepiar que mais parece história de filme de terror mesmo. O cenário é de devastação, uma coisa absurda”, relatou, ao afirmar que nunca viu nada igual. Do Paraná, apenas o professor e alguns profissionais do Samu de Maringá, foram encaminhados ao local da tragédia até o momento para ajuda voluntária.

 

Marins falou que está em uma das duas bases de apoio montadas para o socorro e resgate das vítimas. Ele está em uma Associação da Vale, a cerca de 4 quilômetros do local do rompimento da barreira. “Estamos ao lado da Faculdade onde foi montada uma base militar. É para lá que estão levando os corpos. No local tem equipes de peritos e duas carretas frigoríficas onde estão sendo armazenados e refrigerados os corpos”, relatou.

 

Ele está na mesma base onde estão os militares enviados por Israel para a missão de busca das vítimas. O professor informou que foi cadastrado como assistente social para fazer todo o levantamento e cadastro das famílias das vítimas atingidas. “Mas desde que cheguei estou fazendo várias outras coisas, como descarregamento de carretas de mantimentos. A todo momento chegam carretas com água e alimentação. Ontem à noite mesmo fui próximo ao local do desastre para levar mantimentos para uma equipe de homens do Exército que está dormindo lá”, comentou.

 

Marins trabalhou até por volta das 2h30 da manhã desta segunda-feira e às 6 horas já estava novamente na lida. Ele disse que a cidade de Brumadinho está deserta, tomada por muita poeira e barro. “Todo mundo está com muito medo. As pessoas que moram nos lugares mais baixos da cidade foram todas evacuadas e encaminhadas a hotéis de Belo Horizonte”, falou, ao comentar que na chegada a ao local fez um treinamento de evacuação devido ao risco de rompimentos de outras barragens.

 

O professor disse que foi possível viajar a Brumadinho porque está de férias na escola. “Estou de férias e sou cadastrado em um site de voluntariados e me contataram que estavam precisando de assistentes sociais. No mesmo momento respondi dizendo que eu tinha disponibilidade”, explicou. Ele embarcou no ônibus em Maringá ontem de manhã e desembarcou à noite em Belo Horizonte.

 

Uma equipe da Defesa Civil do Estado de Minas Gerais o levou até o local do desastre. Marins conta que sua passagem foi paga pela APP Sindicato e Sindicato dos Bancários de Campo Mourão. “O que está acontecendo aqui é algo fantástico. Tem médico carregando caixa de água na cabeça. É uma experiência de vida”, ressaltou.

 

NÚMEROS Até o momento, subiu para 60 o número de mortos na tragédia. As informações foram repassadas pelos bombeiros de Minas Gerais. Além disso são 292 desaparecidos; 382 localizados; 192 resgatados; e 19 corpos identificados.

 
 
 
 
     
 

 
 
     
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