Fonte: msn.com - Foto: André Coelho/Agência O Globo
Inicialmente prevista para março do ano que vem, o presidente Michel Temer já admite dar início à reforma ministerial ainda este ano, trocando de mãos os quatro ministérios ocupados pelo PSDB. Segundo avaliações no Palácio do Planalto, se o presidente perceber que o cenário desenhado nas próximas semanas no ninho tucano for mesmo na direção do desembarque do governo, Temer tende a se antecipar ao partido e tirá-lo de sua administração.
Assessores do Planalto afirmam, no entanto, que a intenção do presidente era "manter a coalizão" como hoje está.
— Se o PSDB realmente quiser sair e Temer perceber que eles vão sair em dezembro, ele tem duas opções: se antecipar ou esperar. Em se convencendo que o PSDB sai de vez, ele vai se antecipar — garantiu um aliado do presidente.
O PSDB, que está rachado, deve decidir em dezembro se deixa ou não o governo. Hoje o partido tem quatro ministros e ocupa algumas das pastas mais cobiçadas do governo: Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), Bruno Araújo (Cidades) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).
Apesar da mudança de estratégia de Temer, seus interlocutores dizem que, caso ele decida mesmo dar a outras legendas as pastas ocupadas por tucanos - os partidos do centrão pressionam o governo, de olho nos espaços do PSDB - a reforma ministerial acontecerá de forma gradual. Auxiliares do presidente afirmaram que não é possível trocar dezenas de ministros de uma vez e disseram que nem a ex-presidente Dilma Rousseff, quando promoveu trocas em pastas para tentar se livrar do processo de impeachment, "varreu vários ministros de uma vez".
— Governo não é que nem futebol americano, não dá para sair trocando o governo inteiro de uma vez — disse uma pessoa próxima a Temer.