O Ministério Público do Paraná, por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Francisco Beltrão, deflagrou nesta quinta-feira (13) a segunda fase da Operação Rota Certa. A ação aprofunda a investigação sobre um possível esquema de fraude em licitações, formação de cartel e associação criminosa envolvendo empresários do setor de transporte escolar, além de servidores públicos.

 

 

Nesta etapa, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências, estabelecimentos comerciais e na sede do Detran de Francisco Beltrão. As medidas foram autorizadas pela Vara Criminal da cidade e contaram com apoio das unidades regionais do Gepatria e do Gaeco.

 

 

Foram apreendidos celulares, computadores e documentos que podem comprovar a participação do grupo. O material deve ajudar a identificar outros envolvidos e rastrear o eventual lucro obtido com as fraudes.

 

 

Como funcionava o esquema

 

As investigações começaram em 2023. Na primeira fase da operação, deflagrada em 2024, o MPPR identificou dois empresários que teriam manipulado licitações do transporte escolar em Francisco Beltrão, direcionando a concorrência para garantir contratos por valores maiores.

 

 

Agora, a segunda fase aponta que o grupo seria ainda mais amplo e teria atuado não só no município, mas também em outras cidades do Paraná entre 2023 e 2025. Segundo o MP, as fraudes incluíam:

 

• Uso de empresas de fachada para simular competição;

• Lances artificiais e inexequíveis para eliminar concorrentes reais;

• Acordos entre empresários para dividir contratos;

• Cooptação de servidores públicos.

 

 

Servidores na mira

 

 

A investigação apura a conduta de dois agentes públicos:

 

• Um servidor comissionado do Detran de Francisco Beltrão;

• Uma servidora municipal que atuou no setor de transporte escolar em 2023.

 

 

Ambos são suspeitos de colaborar para o funcionamento do esquema.

 

 

Crimes investigados

 

Entre os crimes apurados estão:

 

• Associação criminosa;

• Fraude à licitação;

• Frustração do caráter competitivo;

• Corrupção ativa e passiva;

• Falsidade ideológica;

• Violação de sigilo funcional.

 

 

As investigações seguem em andamento. O material apreendido será analisado para determinar a participação de outros empresários e servidores públicos.