Para o sindicato da categoria, todas as negociações foram
frustradas. Nova reunião com o TJ-PR está marcada para quinta-feira (29)
Luan Galani – Gazeta do Povo
Os servidores de primeiro grau da Justiça do Paraná
anunciaram que podem entrar em greve a partir da próxima sexta-feira (30) se o
Judiciário não atender às reivindicações da categoria. A decisão foi tomada em
assembleia do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná
(Sindijus-PR) nesta segunda-feira (26), por volta das 20h, depois de mais uma
negociação frustrada com o TJ-PR.
Fazem parte da categoria de servidores de primeira instância
cerca de 4 mil pessoas, entre técnicos e analistas judiciários, escrivães,
oficiais de justiça, técnicos de secretaria e agentes de limpeza. O sindicato
da categoria estima que 80% desses servidores tenham aderido à paralisação
desta segunda-feira (26), que durou das 12 às 19 h e afetou o atendimento ao
público em fóruns de todo o estado.
As principais reivindicações por parte desses trabalhadores
são a igualdade salarial e a isonomia das condições de trabalho. “Queremos
igualdade de tratamento no primeiro e segundo grau, salários, orçamento,
estrutura, porque hoje é diferenciado”, afirma o coordenador-geral do
Sindijus-PR, José Roberto Pereira.
Pereira lembra que, enquanto um técnico judiciário de
primeira instância recebe pouco mais de R$ 4 mil, um técnico de instâncias
superiores ganha aproximadamente R$ 5 mil. Segundo ele, o ambiente de trabalho
também é mais organizado do que nos locais de primeiro grau.
Outras reivindicações
Também está na pauta de cobranças do sindicato a igualdade
nos processos administrativos. “Enquanto um servidor de primeiro grau é julgado
pelo próprio juiz que abriu o processo administrativo contra ele, servidores de
segunda instância passam primeiro por uma comissão. Queremos, portanto, uma
comissão processante para todos”, explica David Machado, do Sindijus-PR.
Uma questão que também preocupa é a situação das agentes de
limpeza, que estão com os cargos extintos desde 2003, quando o TJ-PR terceirizou
as funções de limpeza. Desde então, elas estão em desvio de função, fazendo
trabalhos administrativos. Por isso, o sindicato da categoria deseja que a
função das agentes de limpeza seja transformada em auxiliar judiciária, que é a
função feita atualmente.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do
TJ-PR informou que ainda não tem um posicionamento sobre o assunto. De acordo
com o sindicato da categoria, o Judiciário havia oferecido um reajuste de
apenas 2%, quando o aumento reivindicado pelos servidores é de 22%.
|