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Grupo cortava mata nativa para produzir carvão vegetal que
seria usado em siderúrgicas de Minas Gerais
Por Amanda Audi –
Gazeta do Povo, Com Agências
Trinta e seis pessoas foram presas, nesta quinta-feira (5),
Dia Mundial do Meio Ambiente, suspeitas de participar de um esquema ilegal de
desmatamento de vegetação nativa para produção de carvão vegetal. No Paraná,
três foram detidos. O esquema foi deflagrado em sete estados brasileiros em
operação da pela Polícia Federal (PF) junto com o Ministério Público Federal
(MPF) e o Ibama, depois de mais de um ano de investigações.
O grupo cortava árvores de mata nativa para fazer carvão,
depois de obter autorizações fraudadas de órgãos estaduais de meio ambiente.
Segundo o Ibama, as autorizações eram registradas como se o carvão tivesse
origem legal.
Em seguida, atravessadores movimentavam os créditos virtuais
do carvão – que permite o comércio ou o transporte de carvão no país – e
destinavam a carga irregular para usar como combustível de 36 indústrias
siderúrgicas de Minas Gerais. Nos últimos dois anos, 210 mil metros cúbicos de
carvão ilegal foram produzidos e queimados em Minas Gerais, apontam as
investigações.
Uma empresa de fachada de Guaíra, no Oeste do Paraná, chegou
a esconder 50 mil metros cúbicos de carvão vegetal ilegal. O carvão era
produzido em Goiás e Minas Gerais e “esquentado” como se tivesse vindo do
Paraguai. Outra empresa de fachada, em Goiás, chegou a acobertar mais de 86 mil
metros cúbicos de carvão, o que, segundo o Ibama, corresponde a 3 mil hectares
de área desmatada.
No total, a PF expediu 48 mandados de prisão temporária,
sendo a maioria (17) em Goiás. Os três mandados do Paraná foram cumpridos. A
explicação para o nome da operação – Metástase – é uma analogia ao desmatamento
do cerrado, que como um câncer se espalhou pela região”, diz a nota da PF.
Cerca de 400 policiais participaram da ação.
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