Por Nileide Vieira
Selma Fernandes de Paula, 39, vivia em Goioerê em situação de
extrema pobreza. Com problemas mentais, ela saiu de sua cidade natal com 17
anos, após a morte da mãe, e se perdeu da família. Desde então ela passou a
perambular pelas ruas, de cidade em cidade, e não se sabe ao certo quando ela
aportou em Goioerê, onde é bastante conhecida.
Na última quarta-feira (18), a vida dela deu uma guinada
radical. Graças ao trabalho da assistente social Juliete Guerra, ela se
reencontrou com os irmãos, no distrito de Ivaí, no município de Imbituva
(região de Ponta Grossa), que pensavam que ela tinha morrido e a receberam
muito bem.
Selma vivia sozinha nas ruas e por volta de 2006 encontrou um
catador de papel, Juvenal Braga, 60, com quem passou a conviver.
Ela conseguiu uma casa no Jardim América e foram lhe
providenciados documentos. Até um casamento, com direito a vestido de noiva ela
ganhou, de uma turma de alunos do curso de Pedagogia.
Apesar desses benefícios, ela vivia em precárias condições de
higiene e pessoas mal-intencionadas extorquiam o dinheiro do benefício que ela
recebia.
Essa situação começou a chamar a atenção da comunidade que
começou a pedir ajuda para o casal. A assistente social Juliete Guerra, que
trabalha no CAPs, foi fazer uma visita e se chocou com a situação e verificou
que nunca ninguém tinha procurado as origens de Selma.
Depois de fazer um mutirão de limpeza na casa de Selma e
Juvenal e conseguir a doação de algumas roupas e móveis, Juliete passou a fazer
uma pesquisa para descobrir familiares dela junto aos cadastros do Sistema de
Saúde, chegando ao nome da cidade de Imbituva.
Em contato com a equipe do Creas de Imbituva, foi possível
localizar os irmãos de Selma, que se emocionaram muito em saber que ela estava
viva, pois todos pensavam que ela havia morrido, uma vez que estava há mais de
20 anos sem dar notícias.
O reencontro foi marcado para quarta-feira e com o apoio da
Secretaria de Saúde de Goioerê, Selma e Juvenal viajaram para Imbituva.
“Foi muito emocionante o reencontro dos irmãos e todos riram
e choraram de alegria” – diz Juliete, contando que a família de Selma acolheu
muito bem também ao companheiro dela, e até já foi acertado que será construída
uma casa para o casal nos fundos da casa de uma irmã.
Conforme a assistente social, toda a família mostrou muita
disposição para cuidar de Selma e do companheiro, pois estavam também
realizando o sonho de reencontrar a irmã, pela qual os irmãos procuraram muito,
através dos meios de comunicação, mas sem sucesso. Agora a família está toda
reunida novamente e Selma terá condições dignas para viver.
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