Fonte - Gazeta do Paraná/Luiz Carlos da Cruz
A coordenação do FES (Fórum das Entidades Sindicais do Paraná), entidade que engloba 18 sindicatos de servidores públicos do Estado, se reúne hoje em Curitiba para discutir as retaliações contra a proposta do governador Beto Richa de reajuste salarial de 5%, dividido em duas vezes. Entre os líderes sindicais é dado como certo que a partir da próxima terça-feira (19) será deflagrada greve geral do funcionalismo público do Paraná.
Na manhã de ontem o governo divulgou nota na qual afirma que está enviando à Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) o projeto de lei com o índice definido de 5% para o reajuste dos vencimentos do funcionalismo. O governo também informou que considera a negociação salarial encerrada e ameaçou processar por insubordinação diretores que estimularam a greve. Além disso, o governo afirmou que vai descontar os dias parados.
A APP-Sindicato considerou a decisão do governo como afronta, pois acreditava que seria possível um acordo para pôr fim a greve na próxima semana já que o próprio governador afirmou, por várias vezes, que iria manter o diálogo. “Ele só piorou a relação com a categoria”, diz Luiz Fernando Rodrigues, diretor de Comunicação Social da APP.
A APP diz que nunca viveu momentos tão tensos de relação com o governo como agora e afirma que o governador colocou fim às negociações antes mesmo de iniciar o diálogo. Rodrigues refutou com veemência as ameaças do governo e declarou que Richa vai “pagar o preço” pela decisão. Os sindicatos prometem ir à Justiça contra o reajuste proposto por estar abaixo do índice da data-base que é de 8,17%.
Agora, os servidores pretendem colocar mais de 50 mil pessoas no centro de Curitiba em protesto contra as decisões do governador e deflagrar greve por tempo indeterminado. Se o governo mandar a proposta de reajuste para a Alep, professores e servidores prometem um novo esforço para impedir a votação. “Nós não sabemos o que pode acontecer”, diz Rodrigues sobre um possível novo 29 de abril, quando houve confronto entre manifestantes e a polícia que terminou com mais de 200 feridos. A APP diz que a greve dos professores continua e que não há data para uma nova assembleia da categoria.
Diretores do Sinteoeste (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino Superior do Oeste do Paraná), Adunioeste (Sindicato dos Docentes da Unioeste) e APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica) marcaram uma coletiva de imprensa unificada para hoje quando pretendem informar algumas medidas que serão tomadas. Também hoje, servidores do Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) participarão de uma assembleia para discutir a questão.
Segundo o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, o reajuste de 5% levou em conta os limites da lei de responsabilidade fiscal e a disponibilidade financeira do Estado. “Estamos fazendo um esforço extraordinário para garantir esse índice de reajuste num momento em que a economia dá sinais concretos de recessão e aumento do desemprego”, afirmou Sciarra.
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