Por Walter Pereira
Os prefeitos da Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam) enfrentam dificuldades para manter o transporte escolar para reposição das aulas aos sábados aos alunos da rede estadual após a greve dos professores. Em alguns municípios, o transporte “extra” dos estudantes chega aumentar os gastos às prefeituras em mais de R$ 90 mil. A situação levou os gestores municipais a recorrer à Associação dos Municípios do Paraná (AMP), que negocia com o Governo do Estado a liberação de recursos para auxiliar os municípios com o serviço.
Em Mamborê, por exemplo, o prefeito Nei Calori (PPS), informou que a reposição das aulas aos sábados vai custar aos cofres públicos um adicional de R$ 90 mil. O município tem 16 linhas de ônibus, que diariamente rodam mais de 1,6 mil quilômetros. “Tudo isso gera um custo muito alto de óleo diesel e manutenção dos veículos”, comentou Calori.
O prefeito lembrou que mesmo durante a greve, o transporte escolar rodou normalmente para atender a rede municipal. Ele explicou que algumas linhas passam de 200 quilômetros. Por cada dia de reposição das aulas, o município terá um gasto de cerca de R$ 3,1 mil. “Estamos aguardando a negociação que a AMP está fazendo com o Governo do Estado”, comentou.
O prefeito de Fênix, Edwaldo Gomes de Souza (PDT), também encontra dificuldades. Segundo ele, o município vai gastar cerca de R$ 40 mil a mais com o transporte escolar para reposição, uma média de R$ 2 mil a cada sábado. “Dificulta para nós prefeitos porque vamos ter que pagar funcionários, manutenção dos veículos e óleo diesel. E são gastos de um serviço que já foi prestado”, disse. Segundo Gomes, o município possui quatro linhas de transporte escolar, que diariamente somam mais de 400 quilômetros.
No município de Boa Esperança, o prefeito Claudio Gotardo (PSDB), também comentou que a reposição de aulas vai gerar gastos extras à prefeitura. Na cidade, ele calcula que o impacto da greve gerará despesas adicionais de R$ 67 mil ao município para o serviço. “Naturalmente todos os municípios estão sentido”, comentou. Para ele, o impacto é significativo. “Se considerar que já fizemos este transporte, administrativamente é um dinheiro jogado fora. Mas o direito dos alunos deve ser respeitado acima de tudo”, argumentou.
Diariamente os ônibus escolares rodam no município aproximadamente 763 quilômetros. Durante os 23 dias de aula que os alunos da rede estadual no município vão repor, são quase 18 mil quilômetros a mais. “Vamos ter que fazer novamente o transporte que já fizemos, pois durante a greve os ônibus rodaram normalmente”, ressaltou o prefeito. Ele disse que espera notícias dos cerca de R$ 9 milhões que o Governador do Estado vai ratear entre os municípios para auxiliar no transporte extra.
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