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Justiça condena dois servidores do IAT por infrações ambientais
25/02/2023 09:16:16
 
 

Foto - Divulgação Google

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por g1 PR e RPC Foz do Iguaçu

 

A Justiça condenou oito pessoas por infrações ambientais no Paraná. Entre elas dois servidores do Instituto Água e Terra (IAT): um ex-chefe regional e um fiscal de Pato Branco, no sudoeste do Paraná.

 

As investigações do caso começaram em 2019. A suspeita era de um caso de propina para reduzir o valor de uma multa de crime ambiental registrado em Palmas, no sul do estado.

 

Conforme a ação, 750 araucárias nativas do Paraná - árvores ameaçada de extinção - foram derrubadas em uma propriedade de um casal de fazendeiros.

 

Os promotores acusam o casal de cortar as árvores e pagar propina aos ex-agentes do IAT para que a multa fosse reduzida.

 

 

As investigações apontaram que os ex-funcionários receberam R$ 30 mil para fazer laudos falsos, que indicavam um número menor de araucárias cortadas e que as árvores derrubadas não eram de espécie nativa.

 

De acordo com a denúncia, um advogado da cidade e engenheiros ambientais foram os responsáveis pela negociação do pagamento da propina.

 

Além disso, um empresário de Pato Branco, dono de um supermercado, usou o próprio estabelecimento para receber o dinheiro e repassar para os agentes.

 

A defesa dos condenados afirmou que irá recorrer do resultado e que, até a conclusão do processo, eles seguirão em liberdade.

 

Sentenças

 

O ex-chefe regional do IAT foi condenado a 14 anos de prisão e o ex-fiscal a 11 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

 

O casal de fazendeiros foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão pelo crime de corrupção ativa.

 

O empresário que usou o mercado para recebimento da propina foi condenado a 5 anos e 7 meses de prisão por lavagem de dinheiro.

 

O advogado e os engenheiros ambientais foram condenados a mais de 9 anos de prisão.

 

 

Símbolo do Paraná

 

A araucária é considerada um dos principais símbolos do Paraná e chegou a ocupar metade do território do estado.

 

O Paranismo, um movimento político e artístico que buscava contribuir com a formação da identidade paranaense, usou a araucária como ícone.

 

A espécie pode chegar a 50 metros de altura e é considerada uma árvore de vida longa que pode viver de 200 a 300 anos.

 

Por conta da exploração indiscriminada da madeira e do manejo inadequado, a araucária está ameaçada de extinção. Como uma forma de reverter esse cenário, existem leis que proíbem os cortes dessas árvores e preveem multas aos infratores.

 

 

 

As restrições se aplicam também a quem colher os pinhões, que são as sementes da araucária, fora de época.

 

Pesquisas apontam que a família das araucárias pertencem a um grupo de pinheiros considerado um dos mais antigos do planeta e que as folhas dela serviram, inclusive, de alimento para dinossauros herbívoros.